quarta-feira, 17 de março de 2010

A Virtude



A virtude, no seu grau mais elevado, abrange o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem. Aquele que faz alarde de sua virtude não é virtuoso, pois lhe falta a principal qualidade: a modéstia, e sobra-lhe o vício mais oposto: o orgulho.
A virtude realmente digna desse nome não gosta de exibir-se. Temos de adivinha-lá, mas ela se esconde
na sombra, foge à admiração das multidões.

O homem que se exalta a si mesmo, que eleva estátuas à sua própria virtude, em princípio aniquila, por essa única razão, todos os méritos que efetivamente podia ter.

Compreendo perfeitamente que aquele que faz o bem sente uma satisfação íntima, no fundo do coração. Mas desde o momento em que essa satisfação se exterioriza, para provocar elogios, degenera em amor-próprio.

Mais vale menos virtude na módestia, do que muitas no orgulho. Foi pelo orgulho que as Humanidades se perderam sucessivamente. É pela Humildade que elas um dia deverão redimir-se.

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